quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Lembranças - 2ª parte

- Porque você insiste tanto em querer me lembrar se vivemos juntos?
- Meu querido Léo, não sabemos como será o amanhã, não sabemos como será daqui a meia hora, portanto, quero senmpre ter a imagem do teu sorriso na minha memória!
Léo não esperava uma declaração de amor tão simples e tão intensa ao mesmo tempo. Só lhe restava retribuir tal declaração com um beijo apaixonado.
Após um delicioso café-da-manhã, Léo e Ícaro saíram, juntos, para trabalhar. Ícaro era dono de uma galeria de arte, a mais frequentada da cidade, que seu avô lhe deixou como herança. A galeria de Ícaro era o ponto de encontro dos maiores intelectuais da cidade. Além de artes, discutiam-se poesia e filosofia, tudo sempre ao som de grandes nomes da música erudita.
Léo trabalhava como estagiário numa empresa de designer de móveis apenas por meio período, pois fazia faculdade a noite. Apesar de trabalhar meia jornada, ganhava um dia inteiro devido à sua criatividade e competência.
Naquele mesmo dia Léo estava saindo da faculdade quando um grupo de jovens passaram gritando adjetivos pejorativos devido à sua orientação sexual, levemente visível. Aquela situação deixou ele, não triste, mas pensativo e em todo o percursso até sua casa.
- "O que levou esses caras a me tratar assim? Não fiz nada contra eles. Quando chegar em casa, verei o que o Ícaro tem a me dizer sobre esse episódio lamentável. Isso nunca aconteceu comigo, nunca!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lembranças - 1ª parte

- Deixa eu te ver, amor.
- Ah...pára. Eu acabei de acordar.
- Olha pra mim, amor. Quero lembrar de você.
Surge então um enorme sorriso naquela face simétrica, de modo que a barba por fazer estava em perfeita sintonia com os lábio carnudos e levemente avermelhados e também com o cabelo liso que lhe caía sobre a testa. Leonardo, mais conhecido como Léo, era considerado por muitos como um Narciso contemporâneo. Além de ter uma beleza nunca vista antes, era também simpático, carinhoso e responsável. Pequenas coisas, como pagar uma conta ou ir ao supermercado, eram feitas por ele.
Ícaro também era um rapaz muito bonito. Seu cabelos, negros como uma noite de verão, eram penteado de modo que ficavam arrepiados. Seu corpo delgado mostrava claros sinais de quem acabara de passar pelos 20 anos. Era forte, decidido e ousado. Tomava decisões com a sensatez de uma pessoa mais velha.
O amor entre Léo e Ícaro não era discutido. Era sentido, logo, era vivido de forma tão intensa que nada mais importava para eles. Dividiam um apartamento a 1 anos, mas estavam juntos a quase longos e prazeroso 4 anos.
O apartamento em que viviam era simples mas fora planejado com a delicadeza de um lírio. Cada objeto foi muito bem pensado antes de finalizada uma compra. A sintonia de ambos era inexplicável, assim como suas diferenças. Prova disso é que as miniaturas de animas da Savana africana, de Ícaro, conseguiam ficar em harmonia com as fotografias de grandes cantoras do passado, de Léo. Ambas coleções completavam o apartamento que misturava modernidade com rusticidade.
Vivam como um casal. Partilhavam emoções, experiências, tristezas, felicidades e acima de tudo, partilhavam de um amor tão grande que era inveja de muitas pessoas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mais uma de amor

O amor não tem sexo. Ultrapassa os limites da alma. O que o homem não tem, a mulher inventa. O que a mulher não tem, o homem transforma em algo em nome.
O beijo do homem é forte, cheio de paixão, de fervor. O beijo da mulher é doce, intenso e delicado. Combine esses ingredientes e terá...não sei. O amor verdadeiro? Quem sabe?!
Pegue a força, a paixão e o fervor do beijo masculino e misture com a força, a paixão e o fervor do beijo do homem. O resultado? Amor.
Some a doçura, a intensidade e a delicadeza do beijo da mulher com outra dose de doçura, intensidade e delicadeza. Já sabemos que é amor.
Não importa como, apenas ame!

domingo, 12 de junho de 2011

Absurdos

"O mais me dar raíva é que essa mulher foi eleita para o bem social e não para apoiar a putaria e pedofilia em nosso país."
SuperSaliel, sobre Marinor Brito, via Youtube.

"Essa gente que quer a aprovação do PLC-122 são um bando de vagabundas(os). A sociedade não pode permitir a aprovação da PLC-122. Se aprovarem na surdina, vai ter revolução. A sociedade vai se organizar e arrancar na marra essa gente aloprada, pervertida e insana do congresso. FORA PL122 DA ONU!! FORA COM OS DEPUTADOS(AS) E SENADORES(AS) QUE QUEREM DESTRUIR AS FAMÍLIAS E AMORDAÇAR A SOCIEDADE! FORA COM ESSA GENTE JÁ!!!"
Svladimyr, via Youtube.

"BOLSONARO PRESIDENTE! KKKK, putz a bicharada ta assanhada, vamos lá, ação já dos héteros que gostam de buças para parar essa cambada nojenta, pq ta tudo errado na republica do bananal...tão trocando bullying por boquete kkkk."
theoferrari, via Youtube.

"Isso e uma verdadeira palhaçada, eu sou a favor do Deputado jair bolsonaro, e eu tenho coragem de defende-lo em público. por que eu jas estou farto de dever um pequeno grupo tentando dominar o Brasil, para mim Deus fez Homem e Mulher e não a coluna do meio. isso Não e homofobia isso e moral e bons costumes. coisas estas que muitas pessoas não sabe nem o que é. e outra ninguem nasce gay isso e sim uma opção sexual."
Srkovalik, via Youtube.
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Pessoas como essas que cometem atos homofóbicos. Que agridem, humilham e até matam.
A homossexualidade não é putaria. Putaria é um pastor, ou um padre, abusar de um menor de idade. Exitem homossexuais pedófilo? Sim, mas também existem muitos heterossexuais que praticam tal ato.
A aprovação do PLC-122 é justamente para que os homossexuais e suas famílias possam ser amparados pela lei. A família de um heterossexual assassinado é muito mais amparada pela justiça do que a família de um homossexual. Isso é um fato que nem o mais cego dos fundamentalistas pode negar!
Se os donos desses comentários homofóbicos e desrespeitosos tivessem recebido uma educação voltada para todo o tipo de diferença, não estariam escrevendo esses absurdos.
Por isso volto a dizer, o PLC-122 precisa ser aprovado para que os homossexuais sejam amparados pela lei, e o kit "Escola sem homofobia" tem que ser liberado para que as crianças de hoje não virem adultos homofóbicos de amanhã!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Já querem revogar um direito conquistado

Essa semana recebemos a notícia de que o deputado João Campos (PMDB-GO), líder da bancada evangélica na Câmara, entrou com um Projeto de Decreto Legislativo para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a união homoafetiva como união estável, garantindo assim direitos como herança, pensão...
A pergunta que não sai da minha cabeça é a seguinte: "Porque a bancada evangélica insiste em misturar religião e política?"
A decisão do STF não vai mudar em nada a vida daqueles que são contra a união estável homoafetiva, sejam eles evangélicos ou não. Não podemos generalizar. A união estável entre pessoas do mesmo sexo vai ser apenas mais alguns "casamentos". Todos nós vamos poder constituir família, incluir o(a) parceiro(a) em planos previdenciários, assim como fazem muitos casais heterossexuais.
Mas como lhes foi ensinado que a homossexualidade é errada, os representantes da bancada religiosa na Câmara dos Deputados querem e sempre vão querer que tal opinião seja imposta à população. Custe o que custar. A bancada religiosa usa o argumento de que queremos impor uma ditadura gay, mas se esquecem de que impondo a opinião de que a homossexualidade é errada, estão fazendo o mesmo, estão querendo impor uma ditadura religiosa, onde só vale como direitos dos brasileiros o que estiver escrito na Bíblia.




Observação: Não estou falando mal de evangélicos ou de pessoas contrárias à união estável homoafetiva, estou falando mal do costume de alguns de misturar política e religião.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

E o tempo passa...



40 anos depois as emoções continuam as mesmas...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu na visão do outro

Logo que comecei o curso de Licenciatura em Letras, pedi a um amigo que escrevesse um pequeno texto sobre como ele me via. Ele me viu e escreveu.


"A comédia mal roteirizada"

"Pra que se preocupar com o mundo, ou com os outros, se um dia vou morrer?" - Assim parece dizer sem falar qualquer palavra.
Esse olhares forçados, gestos espetaculosos com gritos escandalosos são puro marketing. Com um visual maltratado e um sorriso irônico mal conversa sério sobre qualquer coisa. Estatura mediana, com um rosto comum, olhos deboxados, sorriso sem graça.
Uma criança sem rumo, que fala demais por não ter nada real a dizer. Que se faz de fácil, que brinca consigo só pra chamar atenção, talvez querendo "ser" demais. Se for bem avaliado ou até mesmo reformado pode ser uma criança com um rumo.
Sem juízo e sem razão é apenas um adulto imaturo de bom coração.

(Hugo Dalmon/ Verão,2009)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Marcha pela família"

Será que o Pastor Silas Malafaia acha que os homossexuais não tem família? Que nascemos de alguma mutação genética gerada de uma combinação de problemas que ninguém quer ter?
Com esses questionamentos escrevo hoje sobre essa manifestação, liderada pelo pastor acima mencionado, denominada "Marcha pela Família", que aconteceu hoje (01/06/2011) em frente ao Congresso Nacional em Brasília para tentar impedir a aprovação do PLC-122, que criminaliza a homofobia.
Pois bem...
Nós, homossexuais, também somos a favor da família, da liberdade religiosa e da liberdade de expressão.
O PLC-122 vem justamente para ajudar a família de um homossexual agredido ou desrespeitado a lutar por justiça e pelo julgamento dos homofóbicos que agrediram um membro de determinada família.
Pessoas como o Pastor Silas Malafaia acham que se não quiserem casar um pessoas do mesmo sexo, vão ser condenados à prisão e todos nós sabemos que não é bem assim. Ainda usando esse exemplo do casamento homoafetivo religioso quero dizer que tudo se resolve na base da conversa: "Pastor/Padre, meu nome é João e eu quero casar com meu noivo aqui nessa igreja. Podemos?" "Deixe-me dizer, nós respeitamos vocês mas nós não queremos ir contra os ensinamentos de Deus." "Ah, tá bom então, obrigado." Entendem o que eu quero dizer? Se um representante religioso, contra a união de homossexuais, colocar seu pensamento de forma educada e respeitosa, o casal homossexual não vai processá-lo e muito menos acusá-lo de homofobia. Agora, se o representar religioso for desrespeitoso e colocar o casal homossexual em uma situação de humilhação, aí sim ambos vão poder acusá-lo de homofobia e consequentemente, processá-lo.
Portanto, Malafaia, a aprovação do PL-122 não é uma afronta à família. Todos os homossexuais AMAM suas famílias e querem poder ter o direito de formar a sua própria. O senhor disse que a "Marcha pela família" seria pacífica, realmente foi mas se apenas levarmos em conta que não teve brigas e agressões. O divulgado foi que participantes de tal ato foram irônicos e desrespeitosos com os homossexuais que iniciaram um pequeno protesto a favor do projeto de lei que está em discussão nessa coluna.
Outro fato que ocorreu em tal manifestação foi que o deputado do PP-RJ, Jair Bolsonaro, jogou água em uma drag queen que protestava a favor do PL. Bolsonaro disse também que assim fez porque foi ofendido pela manifestante. Pela primeira vez creio que ele sentiu, em um dia, o que nós, homossexuais, sentimos todos os dias: o preconceito. A atitude da drag queen foi em consequência da ironia do deputado, ao responder as manifestações contra o mesmo, e dos panfletos que distribuía equiparando a homoafetividade à pedofilia.
Para encerrar, gostaria de lembrá-los que o pastor Silas Malafaia foi a Brasília no seu jatinho particular de 12 milhões de reais. E depois vem dizer na TV que não tem condições de manter sozinho o seu programa religioso. É ruim, hein?!

terça-feira, 31 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 9ª parte - Final - Epílogo

Aquela era uma noite de comemorações. O terno estava impecável, o sapato estava engraxado e o cabelo estava penteado.
Dante estava se formando na universidade, no curso de arquitetura e a festa para comemorar tal acontecimento seria no salão de festas mais requisitado da cidade.
A família estava toda lá para dar apoio a Dante, exceto seu irmão Otávio, que ainda estava morando em outro país, até o primo Abner estava comemorando a graduação do rapaz.
O encontro dos dois primos não foi menos tenso do que ambos imaginavam que seria, mas tensão durou uns míseros segundo quando Abner apresentou a Dante, seu namorado Gabriel. O rapaz consegui conquistar todos daquela família com sua simpatia.
- Porque você sumiu e me deixou enfrentar um problemão sozinho? - Questionou Dante.
- Primo, o que aconteceu me deixou tão, mas tão confuso que resolvi me afastar e começar uma vida em outro lugar. - Respondeu.
- Mas você era um adolescente, não tinha como você viver sozinho. - Disse Dante.
- Mas quem disse que eu fui viver sozinho? Aproveitei que minha madrinha precisava de cuidados especias por conta de sua saúde e fui morar com ela numa outra cidade. - Continuou. - E lá, coloquei minha cabeça no lugar e depois de 3 anos conheci o Gabriel. Somos felizes, moramos juntos e resolvemos nos casar, no mês em que o reconhecimento da união homoafetiva como união estável completa 10 anos.
- Pois então quero aproveitar e dizer a você e a ele que sejam felizes e que consigam realizar os sonhos que têm em comum! - Afirmou Dante.
- Ouvir isso de você é muito mais importante do que ouvir de qualquer outra pessoa e me perdoe por ter sumido sem dar satisfação a você. - Disse Abner.
Os dois se abraçaram e logo em seguida, Dante foi chamado para receber o diploma. Sua família ficou empolvorosa quando ele pegou o canudo de formando.
A vida de Dante passou por seus olhos no momento em que recebia o diploma das mãos de um professor. Os problemas, as alegria, os relacionamentos, a descoberta de sua sexualidade, tudo!
Dante estava feliz. Feliz por ter conseguido vencer todas as barreiras que um dia se puseram à sua frente, por ter o apoio de sua família e amigos. Dante estava triste por não ter um companheiro de verdade para compartilhar aquele momento com ele, mas no momento em que desceu do palanque onde entregavam os diplomas, um rapaz que aparentava ter os mesmos sonhos e as mesmas convicções, o olhou.
Dante retribuiu o olhar com um sorriso.

sábado, 21 de maio de 2011

CBN Mix Brasil



Estréia do Programa Mix Brasil na CBN, com André Fisher e Jean Wyllys.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 8ª parte

Dante marcou um encontro com Júnior numa praça que fica no centro da cidade. Precisavam conversar.
- Júnior, eu contei tudo para minha mãe.
- O quê? Como assim? Por quê?
- Ela viu uma conversa minha pela internet com um amigo e esse amigo perguntou se eu gostei de ficar com você. Só que nessa hora eu não estava na frente do computador!
- Poxa, gato, que droga! Nem sei o que dizer a você! - disse Júnior.
- Não diz nada, só me abraça! Eu preciso de um pouco de carinho!
Dante e Júnior se abraçaram por alguns instantes. Algumas horas depois, Dante voltou pra casa a pedido de Bruna. Precisavam continuar a conversa que tiveram mais cedo.
Bruna falou que não vai deixar de amá-lo por causa disso, que essa opção que escolheu traria algumas conseqüencias negativas e muitas outras coisas. Aquele velho papo de mãe.
- Vamos ter que contar para seu pai e seus irmãos. - disse Bruna.
- Nem pensar! Isso é uma coisa que diz respeito a mim e quanto menos gente estiver envolvida nessa história, melhor vai ser pra mim! - Dante começou a ficar bravo.
- Mas isso envolve eles! Eles precisam saber e vão saber! - respondeu Bruna.
- Ah, mãe! Cansei de discutir! Faça como quiser!
Na manhã seguinte, Bruna comunicou a Dante que havia contado a Hélio, Otávio e Jonas sobre a orientação sexual do filho do meio. Antes que Bruna pudesse concluir sua fala, Dante foi logo dizendo que iria sair de casa.
- Calma, Dante! O que eu tenho pra dizer é que seu pai e seus irmãos disseram não se importar com isso, porque o que você faz na sua intimidade é problema seu. A única coisa que você não pode, segundo eles e eu também, é mudar de caráter, ser uma pessoa má e vulgar. Meu filho, as pessoas homossexuais sofrem muito, portanto, você terá que ser o melhor em tudo o que você fizer para impressionar os outros e mostrar que opção sexual nada tem a ver com competência!
As palavra de Bruna acalmaram Dante de forma que ele deu um abraço bem apertado na mãe, seguido de um beijo cheio de amor.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 7ª parte

Dante estava um pouco estressado por causa da escola e então, saiu para passear com seu cachorro. Ao dobrar a esquina de sua rua, ele encontrou uma vizinha que fazia a mesma coisa e começou a conversar com ela sobre vários assuntos.
Num determinado momento, o celular de Dante toca. Era sua mãe que acabara de chegar em casa e queria conversar com ele. O rapaz correu para casa pois ficou preocupado, afinal sua mãe nunca ligou para ele porque queria conversar.
- Dante, sente-se aqui no sofá.
- O que foi, mãe?
- Dante, meu filho, há um momento na vida de uma pessoa em que perguntas e dúvidas surgem...
- Mãe, o que você está querendo dizer? - interrompeu.
- Como eu dizia, essas dúvidas são comuns num adolescente como você. Por isso, meu filho, eu preciso te perguntar, você gosta de meninos?
Naquele momento, Dante deu um pulo do sofá, assustado com a pergunta que Bruna estava lhe fazendo.
- O quê?! Por que você está me perguntando isso, mãe?
- Não se faça de desentendido. Eu vi uma conversa sua na internet em que um amigo seu estava te perguntando se você gostou de ficar com o Júnior.
- Vejo que não adianta mais eu ficar negando. Portanto, mãe, sim, eu gosto de meninos.
Na cabeça de Bruna passavam inúmeros pensamentos. O episódio da boneca, o teatro e muitos outros que aconteceram. Dante pensou em contar também, sobre o que aconteceu entre ele e seu primo Abner, mas achou melhor deixar como estava, não sabia qual seria a reação da mãe.
Bruna deu um longo suspiro e se reirou da sala.
"O que fazer agora? Como se porta um filho que acabou de assumir a homossexualidade?"
Dante sentia, com tais questionamentos, que mais sofrimento estava por vir. Apenas uma pessoa poderia lhe dizer o que fazer: Júnior.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 6ª parte

Após o inesperado beijo roubado de Abner, no dia seguinte, Dante não sabia como se portar perante ao primo e a seus pais. Não conseguia, também, camuflar que alguma coisa tinha acontecido para lhe deixar bastante inquieto e sem-graça.
Quando Abner se dirigiu ao primo para tentar explicar o acontecido, Dante saiu de perto para evitar maiores contrangimentos dos dois.
"Foi errado o que eu fiz, afinal de contas, o Abner é meu primo, mas tenho que confessar que gostei do beijo. Só queria por ter correspondido."- Pensou o rapaz.
Enquanto Dante se arrumava para ir ao colégio, Abner se despedia de Hélio e Bruna, para poder voltar para casa e se arrumar para a faculdade. Abner cursava engenharia de materiais na faculdade local.
Dante saiu de casa apenas quando ouviu seus pais dizerem que o primo já se foi.
O rapaz se despediu dos pais e logo em seguida começou a caminha rumo à sua escola. Quando estava perto de chegar, viu que Abner o esperava junto a uma banca de jornais.
- O que você está fazendo aqui? Agora vai ficar me seguindo? - perguntou.
- Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem, Dante. Não podemos simplesmente evitar encontros e conversas entre nós. - respondeu Abner.
- Podemos sim! E é exatamente isso que pretendo fazer: te evitar!
- Dante, eu gostei do beijo que te dei!
O rapaz ficou, novamente, abismado com a declaração do primo.
- Não sei explicar ao certo o que aconteceu, apenas sei que gostei. Mas não vá duvidar da minha sexualidade, primo, eu sou heterossexual e gosto muito de mulher, - continuou Abner - mas os olhares incertos que você tinha para comigo na mesa do jantar me deixaram loucos para experimentar como é ficar com outro homem.
- E porque você não foi conseguir essa nova experiência na rua? - Dante começou a ficar irritado.
- Porque você mexeu comigo e eu me senti seguro pra fazer isso com você. - Abner começava a ficar impaciente.
- Pois deixe-me te dizer uma coisa, Abner, o que aconteceu foi apenas um beijo e ainda por cima roubado, e isso não vai mais acontecer. Agora você me dê licença porque eu já estou atrasado para uma aula importantíssima!
Dante virou as costas para o primo e entrou em sua escola. Quando sentou em sua carteira começou a penas no porquê da insistência do primo em procurá-lo e também na possível razão da atitude do primo, principalmente depois que ele alegou ser heterossexual.
"Ai meu Deus, quando eu vou ter paz na minha vida? Quando eu vou poder realmente falar sobre as coisas que sinto? Será que devo contar a meus pais o que aconteceu entre Abner e eu?"
Depois daquele dia, Dante e o primo nunca mais se viram.
Algum tempo depois, Dante foi com seus amigos a uma boate gay que se localiza no centro da cidade para a comemoração do aniversário de um deles. Algumas horas se passaram, bebidas foram tomadas, bocas foram beijadas, até que em um dado momento da noite, Dante reparou em um rapaz que estava dançando um pouco à frente. O rapaz possui cabelos compridos na altura dos ombros, era mais alto que Dante, aprentava ser da mesma idade e dançava como se não se importasse com as outras pessoas.
Dante não sabia o que fazer, até que o rapaz o olhou e começou a andar em sua direção.
- Oi, meu nome é Júnior. Qual é o seu?
- Eu me chamo Dante!
- Então Dante, posso lhe pagar um refrigerante ou alguma outra coisa?
- Me desculpe, Júnior, mas eu não me sinto bem quando os outros pagam as coisas por mim.
- Como você quiser! Vamos fazer assim, cada um paga a sua bebida, pode ser?
- Assim é melhor! Vamos, Júnior?
- Claro!
Os dois rapazes foram até o bar. Dante comprou um refrigerante, afinal se não tinha idade para estar naquela boate,não tinha idade para beber, e Júnior comprou uma caipirinha. Começaram então a conversar e a se conhecerem melhor.Mal sabiam os dois, que o destino lhes reservava grandes surpresas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 5ª Parte

Dante agora era um adolescente. Já saía para clubes e boates. Andava sozinho pelas ruas. Estava começando a ter uma certa independência de seus pais. Ah, os 15 anos! Como eles crescem rápido!
O rapaz estava começando a entender o real motivo de sua preferência por bonecas e papéis femininos em peças de teatro, mas isso ainda era uma dúvida em sua vida.
No feriado da proclamação da República, Bruna resolveu convidar seu irmão Danton, sua cunhada Mara e seu sobrinho Abner para almoçarem em sua casa. Convite feito, convite aceito.
Todos comiam, bebiam e se divertiam muito. Numa certa hora, Danton e Mara resolveram ir embora.
- Dante, o que você acha de seu primo Abner passar a noite aqui? - perguntou Bruna.
- Pô, por mim tudo bem! - respondeu Dante, um pouco sem graça.
- Então, Danton, você e Mara deixam o Abner dormir aqui?
- Isso é decisão dele. Abner já está com quase 20 anos e sabe muito bem tomar suas próprias decisões! - disse Danton um pouco rude por causa do excesso de bebida.
- É claro que eu quero! Vai ser muito legal passar um tempinho junto com meu primo!
- Então não temos mais o que conversar! Abner vai dormir no quarto de Dante! - disse Bruna.
Depois das respectivas despedidas, Hélio e Bruna foram para seu quarto, assim como Abner e Dante. Dante arrumou o colchão para Abner dormir no chão, ao lado de sua cama, assim poderiam passar a noite conversando.
- Eu vi como você me olhava na mesa do almoço, primo. - afirmou Abner.
- Eu? Olhando? Pra você? Como assim? - O coração de Dante quase saiu pela boca naquele momento.
- Mas não se preocupe, - fez uma pausa de alguns segundos - eu gostei do modo como você me olhou.
Dante ficou sem reação. Enquanto pensava no que dizer, Abner se aproximou e lhe roubou um beijo na boca. Enfim, depois disso Dante teve a certeza de que era homossexual. Mas ainda havia uma dúvida rondando sua mente: "É certo beijar um primo?"

terça-feira, 26 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 4ª Parte

Era uma quarta-feira. Hélio e Bruna discutiam sobre a atitude da mulher de dar ao filho uma boneca. As crianças dormiam no quarto.
- Esse seu presente vai estimular o menino a apenas querer brincar com brinquedos de menina e eu não quero que me filho seja viado! - gritou Hélio.
- Em primeiro lugar, abaixe a voz comigo! - esbravejou Bruna - Em segundo lugar, o Dante não vai virar viado só por causa de uma boneca. Se fosse esse o caso, muitas meninas que brincaram de carrinho seriam lésbicas hoje em dia!
- Mas nós não sabemos como pensa o menino, não sabemos se a preferência dele são os meninos e eu não quero dar esse estímulo a ele! Portanto, Bruna - continuou Hélio - você, por favor, vá lá no quarto, pegue a boneca e jogue-a no lixo!
- Acho que você tem razão. Temos que evitar que Dante tenha esse tipo de sentimento - disse Bruna, querendo uma nova discussão com o marido.
Ao concluir seu pensamento, Bruno tomou o caminho do quarto onde seus filhos dormiam e entrou, sorrateiramente para não acordá-los. Pegou a boneca e imediatamente a jogou no lixo.
Afortunadamente, na manhã seguinte, Dante não deu falta da boneca, pois no lugar da mesma, Bruna havia deixado alguns bonecos de ação.
Alguns meses depois, antes do 5º aniversário de Jonas, Dante, Isabela e o irmão resolveram brincar de teatro e encenar a história da Rapunzel. Isabela era a personagem-título, Jonas era o príncipe e Dante ficara com o papel que restou: a bruxa.
A indumentária da personagem de Dante era apenas um vestido de sua prima e um lenço de sua avó, amarrado na cabeça para camuflar os cabelos curtos do menino.
Após a peça, por causa das gozações da mãe de Isabela, Patrícia, Dante correu para dentro de casa e pôs-se a chorar, com vergonha do que havia feito.
A partir de tal episódio, Dante começou a fazer coisas que não gostava para compensar vergonha da peça de teatro com o irmão e prima.

O amargo sabor do açúcar - 3ª Parte

5 anos se passaram.
As crianças cresceram, os pais amadureceram e as emoções evoluiram junto.
O que antes poderia ter sido uma preocupação, agora é apenas uma lembrança. Jonas e Dante eram, além de apenas irmãos, grandes amigos. Otávio até participava de algumas das brincadeiras dos irmãos, mas gostava mesmo de ficar com seus amigos da escola.
Num final de semana qualquer, uma ação inocente de Dantes, fez com que Hélio e Bruna ficasse preocupados com o menino.
Estavam todos reunidos na casa do vovô Raul e da vovó Angelines. Isabela, filha do irmão mais novo de Hélio, Ruben, brincava com suas bonecas quando Dante resolveu se juntar à prima.
O menino ficou bastante contente de brincar com Isabela, enquanto seus irmãos e seus outros primos jogavam futebol no quintal.
- Vem jogar, Dante! - disse Otávio.
- Entra no meu time, nós estamos ganhando. - completou.
- Me deixa brincar em paz! - bradou Dante por causa da insitência do irmão.
Ao ver aquilo, Hélio perguntou a Bruna o que significava a atitude do filho. A mulher, mostrou um semblante de preocupação mas, disse não significar nada e tranquilizou o marido.
Daquele dia em diante cada vez que Dante se encontrava com Isabela, largava tudo para brincar com as bonecas da prima. A menina já estava ficando incomodada com a insistência do primo de querer apenas brincar com suas bonecas. Bruna não teve outra alternativa, senão comprar uma boneca para seu filho.
Estaria Bruna fazendo a coisa certa? A atitude da mãe poderia intereferir no comportamento do filho?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 2ª Parte

Um ano havia se passado desde que Dante nascera, e assim, muitos acontecimentos importantes na vida de um bebê. O primeiro sorriso. O primeiro banho que o papai deu. A primeira engatinhada. O segundo irmão.
Hélio e Bruna esperavam por mais um menino. Jonas havia sido encomendado na última viagem do casal para um hotel-fazenda, não muito longe da cidade em que moravam.
As comemorações pelo 1º ano de Dante, aconteceram na casa de sua avó materna, localizada na região serrana do estado. Vários parentes estavam presentes. Tia Carol e tio Igor, vovó Cândida e vovô Serafim, tia Mara e tio Danton com o pequeno Abner, que não parava de correr pelo jardim, tio Diego e tios Aline e Franco com os primos Júlio, Daniel e Monique. Todos estavam bem contentes pelo 1º "aninho" do pequeno Dante.
5 meses se passaram e lá estava Bruna novamente no centro cirúrgico, para dar luz a Jonas. Foram momentos difíceis, pois o cordão umbilical do pequenino estava enrolado em seu pescoço. Qualquer descuido poderia ser prejudicial para a nova vida que chegava e para Bruna.
Hélio não se aguentava mais de preocupação e em casa, Otávio e Dante esperavam na companhia de seus avós paternos, Raul e Angelines.
Finalmente, Hélio novamente ouviu o choro de um recem-nascido e pôde se tranquilizar e aqueles que aguardavam por notícias.
3 dias se passaram. "Jonas está chegando!" As palavras do vovô Raul contagiaram Angelines e Otávio. O menino foi correndo até o berço, onde o irmão dormia, para contar-lhe a novidade.
Ao ver seu novo irmão entrando pela sala, que era iluminada apenas pela luz de um velho abajour comprada num antiquário, Dante ficou calmo nos braços da avó. Percebia-se nele um olhar diferente. Os irmãos foram aproximados e Dante pôde enfim, pegar na mão do irmãozinho.
Porque Dante se acalmou ao ver o Jonas?
O que será que se passava na cabeça daquele menino que ainda não tinha 2 anos?
Alguma coisa estava errada.

domingo, 24 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 1ª Parte

O ano era 1988. O mês, agosto. O dia era 15.
Uma segunda-feira chuvosa. No hospital de uma cidade pouco conhecida a nível nacional, ouviu-se o choro de um neném, que acabar de nascer, cortar todos os cantos do corredor que levava até a sala de espera. Um pai, que se encontrava inquieto, finalmente se acalmou.
“Parabéns, papai! É um lindo e saudável menino!” A descoberta do sexo, dita pela enfermeira, encheu de alegria e orgulho, os ouvidos daquele jovem de apenas 28 anos.
A mãe, com alguns meses a mais de idade, se recuperava no quarto enquanto o neném recebia os primeiros cuidados médicos.
Alguns dias depois, o casal voltou com seu filho para sua casa. A residência situava-se numa importante parte da cidade, onde se encontravam algumas das melhores lojas e alguns dos importantes escritórios dos mais diversos tipos. Um gramado com algumas leves imperfeições na frente, uma parede branca de chapisco, janelas e portas pintado com um tom de azul, que se mostrava já gasto e desbotado em virtude do tempo.
A residência era simples, em compensação era muito aconchegante. O jovem casal estava bastante animado com a chegada de uma nova vida. A mãe já tinha um filho de 4 anos, fruto de um breve relacionamento anterior. O pequeno menino estava muito empolgado com seu novo irmãozinho. “Vou ensiná-lo a lutar karatê, a jogar futebol e a brincar de carrinho!”
A escolha do nome. Como muitas famílias fazem, foram colocados em um saquinho, vários nomes, para que em seguida fosse sorteado um.
Estavam sentados à mesa, Hélio, Bruna e o pequeno Otávio. O neném estava dormindo no carrinho, ao lado. O primogênito enfiou a mão no saquinho e tirou um pedaço de papel. Como não sabe ler, Hélio o fez. “Dante!” Todos ficaram alegres com a escolha e resolveram comemorar com uma rodada de suco de laranja, e leite para o neném, é claro!
Aquela parecia ser uma família perfeita. Parecia, pois ninguém é assim. Passando por um breve epílogo, pode-se dizer que o futuro reservara para esse família, grandes surpresas. Boas e ruins.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Até quando?

Na madrugada da última sexta-feira, dia 15, um crime bárbaro aconteceu em Campina Grande - PB e fez como que os olhares da sociedade brasileira se voltassem, novamente, para a questão da homofobia. Antes de tecer comentários sobre o assunto, vou relembrá-los do acontecido.

"A travesti Daniel de Oliveira Felipe, conhecida como Inete, de 24 anos, foi assassinada após ser perseguida e sofrer agressões e facadas de quatro homens na madrugada desta sexta-feira em uma rua do centro de Campina Grande, no interior da Paraíba.
As imagens das agressões foram gravadas pelas câmeras instaladas pela Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte e divulgadas nesta segunda-feira. Nelas, é possível ver os quatro homens chegando em um carro escuro. Três homens descem dele e correm atrás de Inete, que após cair recebe chutes e socos do grupo. Um dos homens a atinge com facadas. De acordo com a polícia, ela recebeu mais de 30 facadas."
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/travesti+e+morto+a+facadas+em+campina+grande+na+paraiba/n1300082538303.html

Serão levantadas inúmeras hipóteses sobre o assunto, mas nenhuma delas justificará um crime tão brutal como esse.
Umas das hipóteses levantas, é de que Inete teria agenciado para um de seus "futuros" assassinos um encontro com uma garota de programa. Na versão de um dos acusados, a travesti teria ameaçado com um estilete um dos rapazes por não ter recebido a "comissão" pelo agenciamento.
Um mix de homofobia e vingança fez com que os suspeitos tirassem a vida da travesti por conta do ato da mesma.
O que leva uma pessoa a tirar a vida da outra, ainda mais, de forma tão brutal como o que foi noticiado acima?
Como um reles mortal, não acredito que a versão dos suspeitos sejam a verdadeira. Acredito que foi unicamente por se tratar de um travesti, pois são vários as manifestações de homofobia em Campina Grande (http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7279), que em algumas ocasiões tomam proporções criminais.
Muitas das vezes, as travesit são abordadas nas ruas do país, unicamente para xingamentos, comentários e ações homofóbicas. O que me deixa mais intrigado, é não saber o que passa pela cabeça das pessoas que cometem esses crimes bárbaros.
Psiquiatras forenses já compravaram que todos aqueles que tomam atitudes homofóbicas, são homossexuais enrustidos e na tentaiva de camuflar esse tipo de "sentimento", cometem tais atos.
Até quando vai continuar essa onde de crimes contra os homossexuais? Até quando nós vamos ter medo de sair nas ruas, seja a circunstância que for? Até quando vamos viver em uma sociedade preconceituosa?
Até quando?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um caminho sem volta

O amor é um caminho sem volta. Uma vez que entramos nele, não podemos retornar para a inércia de sentimentos. Temos que seguir em frente sem olhar pra trás, sem lembrar dos momentos em que só pensamos em seguir com o material. No final desse caminho está o... O que estará no final do caminho do amor? Quem souber, por favor me conte!

domingo, 10 de abril de 2011

A queda

E eu que sou o rei de toda esta incoerência,
Eu próprio turbilhão, anseio por fixá-la
E giro até partir... Mas tudo me resvala
Em bruma e sonolência.

Se acaso em minhas mãos fica um pedaço de ouro,
Volve-se logo falso... ao longe o arremesso...
Eu morro de desdém em frente dum tesouro,
Morro á mingua, de excesso.

Alteio-me na côr à fôrça de quebranto,
Estendo os braços de alma - e nem um espasmo venço!...
Peneiro-me na sombra - em nada me condenso...
Agonias de luz eu vibro ainda entanto.

Não me pude vencer, mas posso-me esmagar,
- Vencer ás vezes é o mesmo que tombar -
E como inda sou luz, num grande retrocesso,
Em raivas ideais, ascendo até ao fim:
Olho do alto o gêlo, ao gêlo me arremesso...

. . . . . . . . . . . . . . .

Tombei...
E fico só esmagado sobre mim!...

(Mário de Sá Carneiro)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vulcão

Você já se sentiu
Como um saco a voar
Partindo, ninguém viu
Querendo começar?

Você já se sentiu
tão frágil ao pensar
Como um bolo de cartas
Que vai desmoronar?

Você já se sentiu
Como um osso enterrado
A sete palmos
Você grita, tudo dá errado?

Sabes que há
Uma chance a você
Pois tens algo a brilhar
E só tem que...

Acender a luz
Deixar brilhar
Na noite mandar
Independente ficar
Porque você é um vulcão
Mostre sua emoção
Ao deixar o chão
Enquanto cruza a imensidão
Porque você é um vulcão
Suas cores voarão
Ao deixar o chão
Você vai chamar atenção

Não tem que se sentir
Algo a desperdiçar
Você é original
Não é de controlar

Você tem que saber
E o futuro esperar
Depois do furacão
Você vai semear

Talvez há uma razão
Da porta ter fechado
Outra podes abrir
Que te levará a outro lado

Como um belo clarão
Seu coração reluz
A hora vai chegar
Você só tem que

Acender a luz
Deixar brilhar
Na noite mandar
Independente ficar
Porque você é um vulcão
Mostre sua emoção
Ao deixar o chão
Enquanto cruza a imensidão
Porque você é um vulcão
Suas cores voarão
Ao deixar o chão
Você vai chamar atenção

Bum, bum, bum
Não serás apenas um
Por dentro sempre foi assim
Agora isso vai florescer
Porque você é um vulcão
Mostre sua emoção
Ao deixar o chão
Enquanto curza a imesidão
Porque você é um vulcão
As suas cores sempre voarão
Ao deixar o chão
Você vai chamar atenção

Bum, bum, bum
Não serás apenas um
Bum, bum, bum
Não serás apenas um

sábado, 26 de março de 2011

25 coisas que justificam minha vontade de namorar

25) PRA SEMPRE MEU, PRA SEMPRE SEU, PRA SEMPRE NOSSO
24) "Por onde quer que eu vá, eu levo você..."
23) Meu coração só é meu, porque está dentro de mim
22) "Sempre" no TOP FIVE
21) Dou meu colo para você descansar quando quiser
20) Meu ombro é o melhor lugar para desabafo de problemas
19) "Que seja eterno enquanto dure" no TOP FIVE FRASES
18) Amo cozinhar por amor
17) Um bom filme em casa, é melhor do que uma noite na balada
16) Pra cada momento, eu escolho uma canção de amor
15) "Fidelidade" no TOP FIVE
14) Escrevo poesias
13) Enfrento o mundo para poder estar com a pessoa amada
12) Fala de mim, mas não fala de que me namora
11) Defendo, quem namora comigo, com unhas e dentes
10) Sou um namorado puxa-saco rs
9) Adoro presentear a pessoa amada
8) Sou brincalhão
7) Sei que nem todo mundo tem disposição pra ficar sorrindo o dia todo
6) Adoro fazer surpresas agradáveis
5) "Atenção" no TOP FIVE
4) Dou carinho
3) Dedico todo meu tempo livre à quem estiver comigo
2) Sou um romântico a moda antiga
1) Eu dou valor um relacionamento sério e estável

quinta-feira, 24 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Olhe por onde andas

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio da caminho
Aí eu tropecei nela e caí

sexta-feira, 18 de março de 2011

Até nunca meus amigos

Quantos anos, quantos sonhos
Hoje, aqui, terminarão
Ao chegar a branca aurora
E já não voltarão.

As paredes, testemunham
O amor e a amizade
Até nunca meus amigos
Até nunca pra vila.

Dizer adeus,
Se torna triste
Quando quisemos
Na verdade.

Até nunca, meus amigos
Até nunca pra vila.

Prometamos, despedirmos
Sem esquecer-nos jamais
Haveremos de nos reunirmos
Quando quisermos, nos lembrar.

domingo, 13 de março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

Carta de uma esposa para o marido em guerra

Algumas montanhas, alguns quilômetros, alguns percalços e algumas batalhas me separam daquele com que jurei amor eterno.
Não se preocupe com minha compreensão, sou mulher mas sou capaz de ver o quanto dói saber que estás acuado em um campo sem poder correr para se salvar(...) Voltaremos a nos ver e no calor da paixão, esqueceremos de todos os impedimentos que tivemos nesses meses de separação.
O único meio de ver sua bela face, é um retrato velho de quando nos pusemos a caminhar, pelas margens do lago Michigan, logo após nossas bodas. Volte em breve.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Já...

Já fui fã do Daniel Azulay. Já fiz pequenas peças de teatro. Já viajei pra norte do Espírito Santo, mas quase não conheço a minha cidade. Já tive cabelo liso e moicano, mas nunca me senti plenamente satisfeito.
Já fui assaltado alguma vezes, mas nunca perdi a fé nas pessoas. Já parei meu dia pra assistir um programa de televisão, hoje paro a televisão para assistir o meu dia.
Já tive mulheres de todas as cores, que até hoje são grandes amigas. Já beijei um, para sofrer menos sem o beijo do outro. Já sai de casa escondido, para me esconder da minha casa.
Já sofri muito por amor, agora é o amor que sofre por mim. Já morei sem a companhia dos meus pais, mas com o coração sempre ao lado deles.
Já fiz simpatia, para ser simpático. Já gastei mais dinheiro do que podia, só pra tentar agradar. Já dormi na sala de aula, para fugir dos problemas de escola.
Já andei 6km para chegar à minha casa, mas sempre parece que ainda falta muito pra chegar.
Já fiz muitas coisa. E ainda há muitas a serem feitas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Como eu não possuo

Olho em volta de mim. Todos possuem ---
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.

Roça por mim, em longe, a teoria
Dos espasmos golfados ruivamente;
São êxtases da cor que eu fremiria,
Mas a minh'alma pára e não os sente!

Quero sentir. Não sei... perco-me todo...
Não posso afeiçoar-me nem ser eu:
Falta-me egoísmo para ascender ao céu,
Falta-me unção pra me afundar no lodo.

Não sou amigo de ninguém. Pra o ser
Forçoso me era antes possuir
Quem eu estimasse --- ou homem ou mulher,
E eu não logro nunca possuir!...

Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tarde a tarde na minha dor me afundo...
Serei um emigrado doutro mundo
Que nem na minha dor posso encontrar-me?...

Como eu desejo a que ali vai na rua,
Tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
Bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...

Desejo errado... Se a tivera um dia,
Toda sem véus, a carne estilizada
Sob o meu corpo arfando transbordada,
Nem mesmo assim --- ó ânsia! --- eu a teria...

Eu vibraria só agonizante
Sobre o seu corpo de êxtases doirados,
Se fosse aqueles seios transtornados,
Se fosse aquele sexo aglutinante...

De embate ao meu amor todo me ruo,
E vejo-me em destroço até vencendo:
É que eu teria só, sentindo e sendo
Aquilo que estrebucho e não possuo.

Mário de Sá-Carneiro

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O que está fazendo aquele palhaço?

Até o mais alegre dos palhaços, às vezes se isola em um canto e chora. Chora um canto que mais parece uma mistura de Maísa e Clarice. Quem disse? Quem viu o palhaço chorando? Se vi, não sei que vi. Se não sei que vi, vi. O palhaço não estava chorando Maísa e Clarice, estava sorrindo para Chico e cantando com Tom. O palhaço estava lendo Drummond e comentando Vinícius. Ele bem que poderia beber com Dalva e assistir o Velho Guerreiro. O palhaço só não faz isso tudo, porque descansou com Elis e agora, proseia com Renato.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mesmo que tenha sido por um dia, obrigado!

Você me fez rever alguns conceitos, antes esquecidos pela minha ignorância, que realmente fazem a diferença na minha vida e na de muitas pessoas.
Não preciso me vestir de um jeito, para possivelmente agradar algumas pessoas, se esse jeito de vestir não me agrada ou me incomoda.
Não preciso impostar minha voz, ter determinadas atitudes, gesticular de tal maneira, para ser aceito por algumas pessoas.
Essas pessoas que me aceitem do jeito que eu sou, gostando de músicas e filmes antigos, usando roupas que não são de marcas conhecidas, gostando de boa literatura e muitas outras coisas.
Só em ter olhado pra você e ter conversado com você apenas por alguns instantes, percebi isso tudo. E lembrei: CADA LUGAR PEDE UM TIPO DE COMPORTAMENTO, SEM ESQUECER A NOSSA PRÓPRIA ESSÊNCIA!
Mesmo que tenha sido por um dia, obrigado! De coração!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Aceitem, eles não estão mais no meio

Uma das coisas que mais me deixa bravo dentro do assunto é dublagem, é quando alguns fãs ofendem, hostilizam, são mal-educados com dubladores que estão substituindo profissionais que, por alguma razão, não puderam dublar determinado personagem.
Por exemplo, em "Chaves", Marcelo Gastaldi deu voz ao personagem-título por muitos anos, mas infelizmente veio a falecer em 1995. O programa teve que ser redublado para ser lançado em dvd em 2005 e escolheram Tatá Guarnieri para dar voz ao personagem em questão. Como Tatá não tem a mesma voz que Gastaldi, isso é óbvio, os fãs começaram a ofender o trabalho dele e indiretamente, até hoje, querem que Gastaldi ressucite a qualquer custo para voltar a dublar o personagem. Isso não acontece apenas em "Chaves". Muitas outras produções passam pela mesma situação.
Para os que hostilizam novos dubladores: Se não fossem esse novos profissionais, determinado trabalho não teria continuidade. São sempre escolhidos ótimos dubladores, se eles não fossem bons não seriam escolhidos! Vocês podem até não gostar do trabalho que eles fazem, mas por favor, sejam ao menos educados nas palavras.

AVISO

Caros,

Gostaria de avisá-los que não vou mais seguir à risca o cronograma de postagens que fiz a uns tempos atrás. Simplesmente, vou postar o que eu achar que deve ser postado em determinado dia.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Hatsune Miku - Cantora virtual

As músicas até que são legais, mas é o cúmulo do absurdo os japoneses idolatrarem uma "cantora virtual".



http://blogdocko.com.br/2009/03/30/japao-cultua-diva-virtual-hatsune-miku/