terça-feira, 26 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 4ª Parte

Era uma quarta-feira. Hélio e Bruna discutiam sobre a atitude da mulher de dar ao filho uma boneca. As crianças dormiam no quarto.
- Esse seu presente vai estimular o menino a apenas querer brincar com brinquedos de menina e eu não quero que me filho seja viado! - gritou Hélio.
- Em primeiro lugar, abaixe a voz comigo! - esbravejou Bruna - Em segundo lugar, o Dante não vai virar viado só por causa de uma boneca. Se fosse esse o caso, muitas meninas que brincaram de carrinho seriam lésbicas hoje em dia!
- Mas nós não sabemos como pensa o menino, não sabemos se a preferência dele são os meninos e eu não quero dar esse estímulo a ele! Portanto, Bruna - continuou Hélio - você, por favor, vá lá no quarto, pegue a boneca e jogue-a no lixo!
- Acho que você tem razão. Temos que evitar que Dante tenha esse tipo de sentimento - disse Bruna, querendo uma nova discussão com o marido.
Ao concluir seu pensamento, Bruno tomou o caminho do quarto onde seus filhos dormiam e entrou, sorrateiramente para não acordá-los. Pegou a boneca e imediatamente a jogou no lixo.
Afortunadamente, na manhã seguinte, Dante não deu falta da boneca, pois no lugar da mesma, Bruna havia deixado alguns bonecos de ação.
Alguns meses depois, antes do 5º aniversário de Jonas, Dante, Isabela e o irmão resolveram brincar de teatro e encenar a história da Rapunzel. Isabela era a personagem-título, Jonas era o príncipe e Dante ficara com o papel que restou: a bruxa.
A indumentária da personagem de Dante era apenas um vestido de sua prima e um lenço de sua avó, amarrado na cabeça para camuflar os cabelos curtos do menino.
Após a peça, por causa das gozações da mãe de Isabela, Patrícia, Dante correu para dentro de casa e pôs-se a chorar, com vergonha do que havia feito.
A partir de tal episódio, Dante começou a fazer coisas que não gostava para compensar vergonha da peça de teatro com o irmão e prima.

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