sexta-feira, 29 de abril de 2011

O amargo sabor do açúcar - 6ª parte

Após o inesperado beijo roubado de Abner, no dia seguinte, Dante não sabia como se portar perante ao primo e a seus pais. Não conseguia, também, camuflar que alguma coisa tinha acontecido para lhe deixar bastante inquieto e sem-graça.
Quando Abner se dirigiu ao primo para tentar explicar o acontecido, Dante saiu de perto para evitar maiores contrangimentos dos dois.
"Foi errado o que eu fiz, afinal de contas, o Abner é meu primo, mas tenho que confessar que gostei do beijo. Só queria por ter correspondido."- Pensou o rapaz.
Enquanto Dante se arrumava para ir ao colégio, Abner se despedia de Hélio e Bruna, para poder voltar para casa e se arrumar para a faculdade. Abner cursava engenharia de materiais na faculdade local.
Dante saiu de casa apenas quando ouviu seus pais dizerem que o primo já se foi.
O rapaz se despediu dos pais e logo em seguida começou a caminha rumo à sua escola. Quando estava perto de chegar, viu que Abner o esperava junto a uma banca de jornais.
- O que você está fazendo aqui? Agora vai ficar me seguindo? - perguntou.
- Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem, Dante. Não podemos simplesmente evitar encontros e conversas entre nós. - respondeu Abner.
- Podemos sim! E é exatamente isso que pretendo fazer: te evitar!
- Dante, eu gostei do beijo que te dei!
O rapaz ficou, novamente, abismado com a declaração do primo.
- Não sei explicar ao certo o que aconteceu, apenas sei que gostei. Mas não vá duvidar da minha sexualidade, primo, eu sou heterossexual e gosto muito de mulher, - continuou Abner - mas os olhares incertos que você tinha para comigo na mesa do jantar me deixaram loucos para experimentar como é ficar com outro homem.
- E porque você não foi conseguir essa nova experiência na rua? - Dante começou a ficar irritado.
- Porque você mexeu comigo e eu me senti seguro pra fazer isso com você. - Abner começava a ficar impaciente.
- Pois deixe-me te dizer uma coisa, Abner, o que aconteceu foi apenas um beijo e ainda por cima roubado, e isso não vai mais acontecer. Agora você me dê licença porque eu já estou atrasado para uma aula importantíssima!
Dante virou as costas para o primo e entrou em sua escola. Quando sentou em sua carteira começou a penas no porquê da insistência do primo em procurá-lo e também na possível razão da atitude do primo, principalmente depois que ele alegou ser heterossexual.
"Ai meu Deus, quando eu vou ter paz na minha vida? Quando eu vou poder realmente falar sobre as coisas que sinto? Será que devo contar a meus pais o que aconteceu entre Abner e eu?"
Depois daquele dia, Dante e o primo nunca mais se viram.
Algum tempo depois, Dante foi com seus amigos a uma boate gay que se localiza no centro da cidade para a comemoração do aniversário de um deles. Algumas horas se passaram, bebidas foram tomadas, bocas foram beijadas, até que em um dado momento da noite, Dante reparou em um rapaz que estava dançando um pouco à frente. O rapaz possui cabelos compridos na altura dos ombros, era mais alto que Dante, aprentava ser da mesma idade e dançava como se não se importasse com as outras pessoas.
Dante não sabia o que fazer, até que o rapaz o olhou e começou a andar em sua direção.
- Oi, meu nome é Júnior. Qual é o seu?
- Eu me chamo Dante!
- Então Dante, posso lhe pagar um refrigerante ou alguma outra coisa?
- Me desculpe, Júnior, mas eu não me sinto bem quando os outros pagam as coisas por mim.
- Como você quiser! Vamos fazer assim, cada um paga a sua bebida, pode ser?
- Assim é melhor! Vamos, Júnior?
- Claro!
Os dois rapazes foram até o bar. Dante comprou um refrigerante, afinal se não tinha idade para estar naquela boate,não tinha idade para beber, e Júnior comprou uma caipirinha. Começaram então a conversar e a se conhecerem melhor.Mal sabiam os dois, que o destino lhes reservava grandes surpresas.

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