terça-feira, 31 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 9ª parte - Final - Epílogo

Aquela era uma noite de comemorações. O terno estava impecável, o sapato estava engraxado e o cabelo estava penteado.
Dante estava se formando na universidade, no curso de arquitetura e a festa para comemorar tal acontecimento seria no salão de festas mais requisitado da cidade.
A família estava toda lá para dar apoio a Dante, exceto seu irmão Otávio, que ainda estava morando em outro país, até o primo Abner estava comemorando a graduação do rapaz.
O encontro dos dois primos não foi menos tenso do que ambos imaginavam que seria, mas tensão durou uns míseros segundo quando Abner apresentou a Dante, seu namorado Gabriel. O rapaz consegui conquistar todos daquela família com sua simpatia.
- Porque você sumiu e me deixou enfrentar um problemão sozinho? - Questionou Dante.
- Primo, o que aconteceu me deixou tão, mas tão confuso que resolvi me afastar e começar uma vida em outro lugar. - Respondeu.
- Mas você era um adolescente, não tinha como você viver sozinho. - Disse Dante.
- Mas quem disse que eu fui viver sozinho? Aproveitei que minha madrinha precisava de cuidados especias por conta de sua saúde e fui morar com ela numa outra cidade. - Continuou. - E lá, coloquei minha cabeça no lugar e depois de 3 anos conheci o Gabriel. Somos felizes, moramos juntos e resolvemos nos casar, no mês em que o reconhecimento da união homoafetiva como união estável completa 10 anos.
- Pois então quero aproveitar e dizer a você e a ele que sejam felizes e que consigam realizar os sonhos que têm em comum! - Afirmou Dante.
- Ouvir isso de você é muito mais importante do que ouvir de qualquer outra pessoa e me perdoe por ter sumido sem dar satisfação a você. - Disse Abner.
Os dois se abraçaram e logo em seguida, Dante foi chamado para receber o diploma. Sua família ficou empolvorosa quando ele pegou o canudo de formando.
A vida de Dante passou por seus olhos no momento em que recebia o diploma das mãos de um professor. Os problemas, as alegria, os relacionamentos, a descoberta de sua sexualidade, tudo!
Dante estava feliz. Feliz por ter conseguido vencer todas as barreiras que um dia se puseram à sua frente, por ter o apoio de sua família e amigos. Dante estava triste por não ter um companheiro de verdade para compartilhar aquele momento com ele, mas no momento em que desceu do palanque onde entregavam os diplomas, um rapaz que aparentava ter os mesmos sonhos e as mesmas convicções, o olhou.
Dante retribuiu o olhar com um sorriso.

sábado, 21 de maio de 2011

CBN Mix Brasil



Estréia do Programa Mix Brasil na CBN, com André Fisher e Jean Wyllys.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 8ª parte

Dante marcou um encontro com Júnior numa praça que fica no centro da cidade. Precisavam conversar.
- Júnior, eu contei tudo para minha mãe.
- O quê? Como assim? Por quê?
- Ela viu uma conversa minha pela internet com um amigo e esse amigo perguntou se eu gostei de ficar com você. Só que nessa hora eu não estava na frente do computador!
- Poxa, gato, que droga! Nem sei o que dizer a você! - disse Júnior.
- Não diz nada, só me abraça! Eu preciso de um pouco de carinho!
Dante e Júnior se abraçaram por alguns instantes. Algumas horas depois, Dante voltou pra casa a pedido de Bruna. Precisavam continuar a conversa que tiveram mais cedo.
Bruna falou que não vai deixar de amá-lo por causa disso, que essa opção que escolheu traria algumas conseqüencias negativas e muitas outras coisas. Aquele velho papo de mãe.
- Vamos ter que contar para seu pai e seus irmãos. - disse Bruna.
- Nem pensar! Isso é uma coisa que diz respeito a mim e quanto menos gente estiver envolvida nessa história, melhor vai ser pra mim! - Dante começou a ficar bravo.
- Mas isso envolve eles! Eles precisam saber e vão saber! - respondeu Bruna.
- Ah, mãe! Cansei de discutir! Faça como quiser!
Na manhã seguinte, Bruna comunicou a Dante que havia contado a Hélio, Otávio e Jonas sobre a orientação sexual do filho do meio. Antes que Bruna pudesse concluir sua fala, Dante foi logo dizendo que iria sair de casa.
- Calma, Dante! O que eu tenho pra dizer é que seu pai e seus irmãos disseram não se importar com isso, porque o que você faz na sua intimidade é problema seu. A única coisa que você não pode, segundo eles e eu também, é mudar de caráter, ser uma pessoa má e vulgar. Meu filho, as pessoas homossexuais sofrem muito, portanto, você terá que ser o melhor em tudo o que você fizer para impressionar os outros e mostrar que opção sexual nada tem a ver com competência!
As palavra de Bruna acalmaram Dante de forma que ele deu um abraço bem apertado na mãe, seguido de um beijo cheio de amor.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O amargo sabor do açúcar - 7ª parte

Dante estava um pouco estressado por causa da escola e então, saiu para passear com seu cachorro. Ao dobrar a esquina de sua rua, ele encontrou uma vizinha que fazia a mesma coisa e começou a conversar com ela sobre vários assuntos.
Num determinado momento, o celular de Dante toca. Era sua mãe que acabara de chegar em casa e queria conversar com ele. O rapaz correu para casa pois ficou preocupado, afinal sua mãe nunca ligou para ele porque queria conversar.
- Dante, sente-se aqui no sofá.
- O que foi, mãe?
- Dante, meu filho, há um momento na vida de uma pessoa em que perguntas e dúvidas surgem...
- Mãe, o que você está querendo dizer? - interrompeu.
- Como eu dizia, essas dúvidas são comuns num adolescente como você. Por isso, meu filho, eu preciso te perguntar, você gosta de meninos?
Naquele momento, Dante deu um pulo do sofá, assustado com a pergunta que Bruna estava lhe fazendo.
- O quê?! Por que você está me perguntando isso, mãe?
- Não se faça de desentendido. Eu vi uma conversa sua na internet em que um amigo seu estava te perguntando se você gostou de ficar com o Júnior.
- Vejo que não adianta mais eu ficar negando. Portanto, mãe, sim, eu gosto de meninos.
Na cabeça de Bruna passavam inúmeros pensamentos. O episódio da boneca, o teatro e muitos outros que aconteceram. Dante pensou em contar também, sobre o que aconteceu entre ele e seu primo Abner, mas achou melhor deixar como estava, não sabia qual seria a reação da mãe.
Bruna deu um longo suspiro e se reirou da sala.
"O que fazer agora? Como se porta um filho que acabou de assumir a homossexualidade?"
Dante sentia, com tais questionamentos, que mais sofrimento estava por vir. Apenas uma pessoa poderia lhe dizer o que fazer: Júnior.