quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lembranças - 9ª parte

No dia seguinte, logo após o almoço, Ícaro, Léo e Bartolomeu decidiram colocar o plano contra Jacques em prática. Antes disso, eles resolveram ir na casa da pessoa que, possivelmente, testemunhou a agressão a Bartolomeu.
Os tres se encontraram num posto de gasolina no centro da cidade. Logo após se encontrarem, Bartolomeu entrou no carro de Ícaro.
- Boa tarde. - Disse Bartolomeu. - Agora podemos ir?
- Boa tarde. - Ícaro e Léo disseram juntos.
- Antes que a gente saia, tem um detalhe importantíssimo que voce não nos contou. - Disse Léo.
- Mas o que poderia ser, meu jovem? - Perguntou.
- Voce não nos disse aonde mora essa tal testemunha. - Léo respondeu seguido de uma gargalhada.
- É mesmo, como eu poderia me esquecer disso, né?!
- E então, Bartolomeu? - Perguntou Ícaro.
- E então o que?
- Aonde mora essa testemunha? - Perguntou novamente.
- Nossa! Já ia me esquecendo novamente. - Riu. - Pelo que eu me lembro essa pessoa mora numa comunidade da periferia daqui. Chegando lá, é só perguntar aonde ela mora. - Completou.
- Vamos então. - Disse Léo.
Os tres seguiram caminho até a periferia da cidade que ficava um pouco longe do lugar aonde estavam. Após 40 minutos, devido a um engarrafamento na principal avenida da cidade, eles chegaram na periferia e pararam para pedir informações sobre a localização da comunidade que procuravam.
- Boa tarde, a senhora saberia me dizer como faço para chegar na Comunidade do Santo? - Perguntou Ícaro.
- É muito simples, rapazinho. É só voce subir essa rua até o final, lá voce vai encontrar uma casa abandonada. Entrem à esquerda dessa casa e continuem indo direto. No final, voces verão uma placa indicando a comunidade. - Disse a senhora.
A mulher falou tão rápido que deixou Ícaro um pouco confuso, mas isso não impediu de achar o lugar que procuravam. Quando finalmente chegaram na Comunidade do Santo, Ícaro e os outros puderam ver o quão pobre era essa comunidade.
- Como vamos fazer para achar a casa dessa mulher? - Perguntou Léo. - Você sabe ou sem lembra do nome dessa pessoa?
- Sim. Nunca me esqueci do nome dela. - Disse Bartolomeu. - Sempre soube que um dia iria precisar dela.
- Ela? Você não havia nos dito que era uma mulher. - Disse Ícaro, um pouco surpreso.
- Sim. Essa é uma mulher que deve ter mais ou menos uns 50 anos.
- E afinal de conta, qual é o nome dessa mulher? - Perguntou Léo,
- Marlene. A mulher que testemunhou quando Jacques e seus comparsas me agrediam se chama Marlene. - Disse Bartolomeu. - Só não me perguntem qual o sobrenome dela. - Completou.
- Acho que não será difícil localizá-la. - Disse Léo. - Como podemos notar, essa é uma parte paupérrima da periferia e não é muito habitada.
Logo após a fala de Léo, um homem com aspecto um tanto quanto largado se aproximou. Parecia estar acoolizado.
- Marlene?! Vocês conhecem a Marlene? - Disse o homem, exalando um forte cheiro de bebida.
- Bom, não exatamente. Queremos perguntar algumas coisas a ela. - Disse Ícaro tampando discretamente o nariz para não sentir o cheiro de bebida que vinha do homem.
- Ela mora bem ali naquele casinha que está quase caindo. - O homem apontou para o mais pobre dos casebres que ali estavam. - Não sei se vão conseguir arrancar alguma coisa dela. Dizem que ela é louca. - Completou, quase caindo sobre o carro de Ícaro.
- Obrigado, moço. - Disseram os três.
Após o homem se afastar, Ícaro e os outros sairam do carro e começaram a caminhar em direção à casa que, segundo o homem, era de Marlene. Ao chegarem, Bartolomeu bateu na porte e a chamou pelo nome.
- Vão embora! - Disse uma voz que vinha de dentro do casebre.