segunda-feira, 25 de junho de 2012

Lembranças - 11ª parte

Marlene entrou no carro de Ícaro e os 4 foram para a delegacia para prestar queixa contra Jacques. Enquanto não chegavam à delegacia, Marlene repassava a história com Bartolomeu para que não cometesse qualquer tipo de gafe.
Após alguns bons minutos no carro, finalmente chegaram à delegacia. Um par de policias, nada bem humorados, estava ao lado de fora como se estivessem vigiando a delegacia. Ao ver os policiais, Marlene começou a ficar nervosa.
- Eu não consigo! Esses homens vão começar a fazer um monte de perguntas que eu não vou saber responder e vão me prender por isso! - Disse.
- Marlene, mantenha a calma. - Falou Ícaro. - Eles vão perguntar somente o excencial e a senhora vai responder o que sabe, ou seja, a verdade.
- O Ícaro tem razão. Eles não predem uma pessoa sem provas, menos ainda por um simples nervosismo. Léo acalmou a mulher.
Após a demonstração de calma de Marlene, Léo, Ícaro e Bartolomeu a acompanharam até o interior da delegacia. No hall da delagacia, Ícaro avistou o policial que os interrogara e foi ao encontro dele.
- Com licença, boa tarde, o senhor se lembra da gente? - Disse Ícaro.
- Boa tarde. Lembro sim. Você não é o rapaz - Disse o policial apontando para Léo - que foi agredido por um grupo de homens?
- Sim, sou eu. - Disse Léo.
- Mas o que os traz de volta à delegacia?
- Nós finalmente temos provas que incriminam o Jacques Claude, mandante do ataque. - Disse Ícaro.
- Pois bem, tragam a testemunha para a minha sala. - Disse o polícial.
Léo e Ícaro conduziram Marlene e Bartolomeu para dentro da sala do policial para que seus depoimentos fosse recolhidos. A mulher estava um pouco nervosa mas nada comparado à quase desistencia
- Por favor senhora, sente-se e me diga seu nome completo. - Disse o policial.
- Marlene das Graças Silva.
- Qual a idade da senhora?
- Tenho 53 anos.
Léo, Bartolomeu e Ícaro observavam o depoimento de Marlene.
- Me conte tudo o que a senhora sabe sobre o ataque feito a esse senhora aqui presente.
- Bom, Seu policial, naquela noite eu estava voltando de uma entrevista de emprego para trabalhar como doméstica numa casa de família. Minha intenção era ir primeiro na casa de minha amiga buscar meus filhos, por isso fiz um caminho que eu não estava habituada a fazer. - Disse.
- Pode prosseguir com seu relato, senhora. - Falou o policial.
- Alguns poucos minutos antes de presenciar o ocorrido, eu estava muito feliz por ter conseguido um emprego depois de tantos anos. - Marlene começou a se emocionar. - Finalmente eu poderia dar a meus filhos a vida que tanto sonhei.
- Me permite dirigir a palavra a ela, senhor? - Perguntou Léo.
- Sim.
- Marlene, você está fugindo do assunto principal. Chegue logo à parte em que presenciou o ataque ao Bartolomeu. - Disse.
- Sim. Me lembro de ter dado mais alguns passos, foi quando eu ouvi alguns gritos de socorro. Eu fiquei muito assustada e comecei a andar mais rápido para que ninguém me visse. - Disse Marlene. - Mas infelizmente, um homem que estava observando aquilo tudo, sem tomar providência alguma, me viu e correu até onde eu estava.
- Sim, mas ele correu até a senhora e te falou ou fez alguma coisa? - Perguntou o polícial.
- Ele não fez nada. Mas começou a  me perguntar um monte de coisas. - Respondeu.
- Mas então, o que ele lhe perguntou?
- Ele perguntou o que eu estava fazendo ali e o que eu tinha visto. - Disse a mulher, que estava começando a ficar inquieta na cadeira em que estava sentada. - Eu disse que não tinha visto nada.
- E qual foi a reação dele logo após o que você disse? - Perguntou o policial, agora tomando um copo de café requentado.
- Ele disse que faria o que quisesse para que eu não contasse a ninguém o que tinha visto. Como eu sempre fui muito pobre e precisava de alguma coisa que me ajudasse a criar meus filhos. - Marlene começou a chorar. - Ele perguntou o meu endereço e disse que em breve me procuraria com uma boa recompença. Muito inocente, eu fiquei esperando por vários dias, semanas e meses e ele nunca apareceu. A ansiedade foi me consumindo de tal forma que não saia de casa para procurar emprego com medo dele aparecer e eu não estar em casa. - Quase não se entendia o que a mulher dizia, por causa dos soluços. - Eu fui deixando, Seu policial, de cuidar da minha família tamanha era a esperança de que ele aparecesse e por causa disso, meus filhos foram tirados de mim e entregues a outra família.
- Minha senhora, matenha a calma. - Consolou o policial. - Não precisa dizer mais nada. Esse depoimento da senhora já é suficiente para prender esse tal Jacques. Com licença, já volto, vou expedir um mandado de prisão provisória contra ele.
Após a saida do policial, Bartolomeu se virou para Léo e Ícaro.
- Rapazes, os ataques que sofremos, finalmente, serão vingados! - Disse.

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